Em 2012, a Minas Arena, consórcio que reformou e administra o Mineirão, buscou parceiros e passou a ter o Cruzeiro como principal aliado para viabilizar o estádio. O clube voltou a ter a casa tradicional, onde alcançou números impressionantes no ano passado. Foram 23 vitórias, um empate e apenas duas derrotas.
O aproveitamento de quase 90% foi fundamental na conquista do terceiro título do clube no Brasileirão, com média de quase vinte e nove mil torcedores por jogo: a maior do campeonato. A torcida foi presença importante para os jogadores e para o Cruzeiro, que arrecadou R$ 37 milhões segundo Marcone Barbosa, diretor de marketing do clube.
- O Cruzeiro arrecadou no Mineirão, esse ano (2013), 37 milhões de reais. Nós projetávamos, no início da temporada, um faturamento na ordem de um milhão de reais por jogo, mas o resultado foi extremamente positivo. A torcida abraçou o time e nós fechamos o ano, no Mineirão, com uma arrecadação próxima de um milhão e meio de reais por jogo, contabilizou o dirigente.
No primeiro ano depois da reforma, o Mineirão se tornou uma grande fonte de receita para o Cruzeiro. O desafio, agora, é fazer com que ele seja um bom negócio também para a Minas Arena, que admnistra o estádio para o governo de MG.
Se o resultado mensal for menor do que R$ 3,7 milhões, o estado é obrigado a compensar o consórcio até chegar a esse valor. Caso a margem operacional for superior a esse números, o dinheiro extra será dividido entre a Minas Arena e o governo, o que ainda não ocorreu segundo Tiago Lacerda, secretário de Estado de Turismo e Esporte.
- Neste ano foi pago, na forma que a gente fala de pagamento cheio, porque como estava previsto, inclusive no plano de negócios, não seria no primeiro ano que o concessionário ia ter resultados muito positivos. A gente acredita que a partir do terceiro ou quarto ano, isso poderá começar a acontecer. A partir do momento em que a Minas Arena começar a ter resultados mais positivos, o governo vai ter que pagar menos mensalmente à Minas Arena. Creio eu que, ao final dos 27 anos de concessão, o estádio terá custado menos para o governo do que de fato foi investido nas obras de modernização, disse o secretário.
Para transformar esse cenário em realidade, o consórcio aposta em grandes eventos, como shows internacionais. Ano passado, o Mineirão foi palco das apresentações dos músicos Elton John e Paul McCartney. O Cruzeiro continua ser o principal parceiro. A relação com a Minas Arena, que passou por problemas e até ameaças de rompimento, pode ficar ainda mais forte em 2014. na opinião do diretor de marketing cruzeirense.
- Um ponto que vai ser objeto de estudo, tanto do Cruzeiro quanto da Minas Arena, são as cadeiras que eles (consórcio) têm dentro do estádio, exclusivamente sobre o controle deles. A receita é exclusivamente da Minas Arena e, nessa última temporada, a gente percebeu que essas cadeiras não foram ocupadas. Em 2014, tendo esse componente da Libertadores, a projeção é deter mais de 800 mil pessoas e seguramente mais de 40 milhões de reais de arrecadação, analisou Marcone Barbosa
Para transformar esses números em títulos, o desafio é grande e o otimismo, também. É o que pensa Severiano Braga, gerente de operações da Minas Arena no Mineirão.
- É uma melhoria contínua, né. A gente teve um bom ano de operação e a gente quer que o próximo ano seja tão bom quanto foi este e melhor ainda.
De acordo com a Secretaria de Estado de Turismo e Esporte de MG, além do valor variável, citado na reportagem, o governo do estado está fazendo pagamentos mensais à Minas Arena para compensar o empréstimo que ela fez junto ao BNDES. Os pagamentos serão feitos durante dez anos. O valor inicial foi de R$ 7 milhões por mês. Essa quantia está sendo reduzida, gradualmente, até chegar a R$ 3 milhões. Somando as duas formas de repasse, o governo já pagou R$ 118.204.047,98 à Minas Arena. A Secretária ainda reintera que a reforma do Mineirão custou R$ 677,5 milhões.
Fonte: GE
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